Os tarifários Bi-Horário ainda compensam?

Portugal foi um dos primeiros países Europeus a introduzir as tarifas bi-horária e tri-horária (sendo que esta última apenas está disponível para empresas ou grandes consumidores).


O objetivo dos tarifários multi-horários é a sensibilização dos utilizadores a consumirem mais durante períodos onde a rede está com menos utilização (“peak-shaving”) e desta forma reduzir o impacto dos picos na rede elétrica e reduzir os custos da mesma.

Inicialmente, aderir a um tarifário bi-horário implicava a alteração do contador de eletricidade e, normalmente, tinha um custo superior no valor fixo (indexado à potência contratada) pago mensalmente. Esta situação era compensadora para quem consumia mais de 40% da eletricidade durante o período da noite.

Atualmente, e tendo em conta a produção de energia renovável solar, que apenas é gerada nas horas do dia, os tarifários bi-horários tornaram-se menos interessantes para muitos consumidores.

Em Portugal, a plataforma Payper (www.payper.pt) analisa e processa centenas de milhar de faturas de eletricidade, permitindo de forma gratuita, a cada consumidor, uma análise económica isenta de quais os tarifários mais adequados. O Payper, desde Junho, disponibiliza métricas agregadas de evolução das ofertas comerciais de eletricidade e gás, no mercado nacional, que permitem uma análise da evolução das ofertas comerciais, tendências e preços dominantes. 

Analisando os dados detalhados de consumo disponibilizados pela plataforma Payper, verificamos que, atualmente, cerca de 67,56% dos utilizadores residenciais têm tarifários simples, 30,98% subscreveram tarifários bi-horário e apenas 1,46% subscreveram tarifários tri-horário.

Tirando partido das capacidades da plataforma Payper na análise de qual o tarifário economicamente mais vantajoso para cada cliente, constatamos que os tarifários bi-horários apenas compensam para 8,82% dos utilizadores, sendo o tri-horário compensador apenas para clientes com potências contratadas superiores a 10,35 kVA.

Resumindo, para a grande generalidade dos consumidores (cerca de 91%) não compensa atualmente escolher um tarifário bi-horário ou tri-horário.


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